segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Biografia IX

                    Daremos continuidade à apresentação da vida de Hannah. Estou aberto a sugestões de textos para comentar e ou conceitos para abordar. Abraços a todos e obrigado!

I – Biografia IX

Günther e Hannah passam a ter brigas mais frenquentes e ela comenta com seus amigos mais íntimos que ao final até mesmo a presença física dele a incomodava. Por esse período, após longa data sem ver Heidegger, eles passam um pelo outro na estação de trem e Heidegger finge que não a viu. Nas correspondências entre os dois ela o perdoa por tal gesto.
Hannah, a partir de 1930, começa a ver o sionismo como engajamento político. Para ela a questão não é: como ou por que nos tornamos uma pessoa engajada. Mas: como pode acontecer de não o sermos? Ela milita em uma organização judaica presidida por Kurt Blumenfeld a favor do sionismo alemão e Günther cria um grupo intelectual. Porém ela não fará parte do movimento propriamente dito, mas se engajará por amizade a seu lado.
Em 1933 será o ano em que Hannah romperá definitivamente com Heidegger. Não nos cabe aqui julgar sobre quem estava certo, mas sim compreender. Compreender que foi até o final da vida o imperativo da vida de Arendt.  Heidegger se torna nazista e aceita ser reitor da Universidade  de Freiburg em abril de 1933.  Pronuncia discursos nazistas. Ao que se sabe nunca se arrependeu, ao menos publicamente. Isso não impede de se considerar sua obra uma das mais inovadoras do século XX.

Desde 1930 Jaspers diz se sentir velho e cansado e incita Heidegger a renovar a Academia. Certamente não era no nazismo que Jaspers via a renovação. Heidegger se refugia em seu chalé e trabalha sem parar. Em uma carta ele pergunta a Jaspers: “Será que conseguiremos fazer, para as próximas décadas, um solo e um espaço para a filosofia, e que homens virão trazendo em si uma injunção distante?”.

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