Daremos continuidade à
apresentação da vida de Hannah. Estou aberto a sugestões de textos para
comentar e ou conceitos para abordar. Abraços a todos e obrigado!
I
– Biografia IX
Günther e Hannah passam a ter brigas mais frenquentes e ela
comenta com seus amigos mais íntimos que ao final até mesmo a presença física
dele a incomodava. Por esse período, após longa data sem ver Heidegger, eles
passam um pelo outro na estação de trem e Heidegger finge que não a viu. Nas
correspondências entre os dois ela o perdoa por tal gesto.
Hannah, a partir de 1930, começa a ver o sionismo como engajamento
político. Para ela a questão não é: como ou por que nos tornamos uma pessoa
engajada. Mas: como pode acontecer de não o sermos? Ela milita em uma
organização judaica presidida por Kurt Blumenfeld a favor do sionismo alemão e
Günther cria um grupo intelectual. Porém ela não fará parte do movimento
propriamente dito, mas se engajará por amizade a seu lado.
Em 1933 será o ano em que Hannah romperá definitivamente com
Heidegger. Não nos cabe aqui julgar sobre quem estava certo, mas sim
compreender. Compreender que foi até o final da vida o imperativo da vida de
Arendt. Heidegger se torna nazista e
aceita ser reitor da Universidade de
Freiburg em abril de 1933. Pronuncia
discursos nazistas. Ao que se sabe nunca se arrependeu, ao menos publicamente. Isso
não impede de se considerar sua obra uma das mais inovadoras do século XX.
Desde 1930 Jaspers diz se sentir velho e cansado e incita Heidegger
a renovar a Academia. Certamente não era no nazismo que Jaspers via a
renovação. Heidegger se refugia em seu chalé e trabalha sem parar. Em uma carta ele
pergunta a Jaspers: “Será que conseguiremos fazer, para as próximas décadas, um
solo e um espaço para a filosofia, e que homens virão trazendo em si uma
injunção distante?”.
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