segunda-feira, 7 de junho de 2010

Biografia VI

Senhoras e Senhores!
                                  Deixei na postagem anterior o trecho final do comentário de Gerárd Lebrun sobre nossa autora. Comentário e ao mesmo tempo uma crítica interessantíssima. Agradeço desde já aos e-mails recebidos. Seguimos com a biografia de Arendt.

I – Biografia VI

                 Hanna e Günther, possuem dificuldades para se manter em Berlim. Aluguéis caros e pouco ou nenhum trabalho. Arendt está esperançosa de que seu trabalho sobre Rahel Varnhagen seja aceito e publicado. Confia a Jaspers seus escritos e no começo de 1930 conferencia sobre ela. Certamente foi por explorar sua própria identidade pessoal que Hannah decidiu investigar a vida de Rahel. Rahel Varnhagen fora uma judia-alemã, que viveu no século XIX, interessou Hannah desde o primeiro momento, suas angústias, suas paixões pareciam refletir os mesmos sentimentos de Arendt em relação a tudo que a cercava. Foi no salão em que Rahel manteve durante anos que Hannah vai se aventurar em construir uma noção de espaço-público.
              É na fenomenologia da existência que Hannah busca o modo de pensar e refletir sobre, o texto sobre Rahel possui Heidegger como chave para sua compreensão. O pano de fundo é a ascensão do nazismo e isso, certamente, influenciará Hannah a Jaspers, seu professor e amigo. Se o texto contém em certo sentido o resultado de seu caso, mesmo que ainda não finalizado com Heidegger e retomado anos depois, não sabemos. O que sabemos é que Hannah sofreu o pathos Rahel, ou seja, amou a história de Rahel desde que a conheceu. Hannah irá explorar nesse texto a judeidade sob o viés da história de Rahel. Hannah irá assumir uma judeidade sem judaísmo, levando a ferro e fogo os sionistas e assimiladores.
               Heidegger, por sua vez, adere ao nazismo em 1933. O Caso Heidegger, assim chamado pela discussão acerca do mesmo com o nazismo, será motivo de discussão até os dias atuais. Hannah em: ARENDT, Hannah. Martin Heidegger faz oitenta anos. In: Homens em tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. Discute essa questão. Sabe-se que Heidegger quer a renovação da Universidade Alemã, da mesma forma que Jaspers também o quer. Só que Jaspers não acredita no nacional-socialismo como fonte de renovação e Heidegger sim. Fato que irá dilacerar a amizade dos dois e distanciar de uma vez por todas, pelos próximos 19anos, Hannah e Martin Heidegger.


II – Estudo Comentado

                 Artigo a ser comentado na próxima postagem: Perspectivas Sobre a Questão Alemã (ARENDT, Hannah. Compreensão e Política e Outros Ensaios 1930-1954. Relógio D'Agua, 2001).

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